quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Luz do meu Norte




Que não se apague o farol
que me guiava,
que iluminou minh'alma
e traçou caminhos dentro de mim.

Pois temo que à deriva fique,
depois do mar revolto atravessado
e meu coração, essa nau,
jogue-se à mercê das ondas,
nessa noite a parecer eternidade.

Faroleiro, faroleiro...
detenhas tua distração
clareia meu horizonte já amado,
Pois temo perder-te, luz do meu norte...

Fica comigo, a me guiar
até que chegue o primeiro raio de sol
e me aponte a praia, logo alí...





Zilma Damasceno

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Rua Paraíso ( Um filme, uma sugestão)

RUA PARAÍSO
588, Rue Paradis
1992

Atores:Claudia Cardinale, Omar Shariff, Richard Berry


Direção: Henri Verneuil
Roteiro Henri Vernuil
Produção: Mark Lombardo
Música original: Jean´Claude Petit
Fotografia:Henri LanoëPaís: França
Gênero: Drama

Nota (pessoal): 9




Lindo, sensível e tocante.

Um filme que nos remete à situações universais, porém nossas..particulares. Linda mesansagem de resgate do valor da família, principalmentecom os pais, já idosos.

Com uma habilidade impar, "Rua do Paraíso", nos enternece ao mostrar a importância das relações humanas, no núcleo familiar e no casamento.

São valores resgatados onde o que predomina é o amor, acima de qualquer bem material ou conveniências de um casamento.

E que nunca é tarde para se rever o que foi deixado para trás, ou o que se adia, para uma inevitável decisão.

Omar Sharif e Cláudia Cardinale, apesar da maquiagem carregada, estão, como sempre, impecáveis. A trilha sonora e fotografia, são belíssimas. Vale a pena ver e rever.




Comentário: Zilma Damasceno

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Presença do amigo


Sou jardim
quintal.
Sou sala
sou fogão
forno com pão.
Sou mesa posta
sou cama macia
travesseiro de ervas.
Sou roseira na janela
Sou casa.
Mas a luz só ilumina, amigo,
quando chegas dentro dela.
Zilma Damasceno




sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Cristalino




Vejo estrelas refletidas
no teu olhar,
Lindo olhar de estrelas,
onde uma me guia
a outra me silencia
e aquela, mais alva,
uma Santa Clara,
desenha para mim
o que se chama de céu.
É o firmamento
de todas as estrelas
que fazem de prata
o meu amanhecer
contigo.



Zilma Damasceno


Inspiração (Cecília Meireles)




Sou entre flor e nuvem,

estrela e mar.

Por que havemos de ser unicamente humanos,

limitados em chorar?

Não encontro caminhos

fáceis de andar.

Meu rosto vário desorienta as firmes pedras

que não sabem de água e de ar.

E por isso levito.

É bom deixar um pouco de ternura indiferente

de herança, em cada lugar.

Rastro de flor e estrela,

nuvem e mar.

Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:

a sombra é que vai devagar.